Prezada d. Zazá (já que todos confundem seu nome, vamos logo pra intimidade).
Completei, em agosto passado, dez anos de residência fixa numa cidadezinha que parecia pacata, no interior do Rio, e durante todos essa década pude verificar que ali está instalado uma forte tendência entre os políticos locais, para que o lugar volte a ser um arraial generoso e tranquilo.
Depois do advento dos royalties, fizeram uma maquiagem bem superficial na cidade e, depois dos últimos seis anos, saquearam tanto os cofres públicos que agora o município está perdendo a identidade.
Como consulente profissional e capacitada que é, pode prever o futuro deste que já foi uma bela cidade?
Madame Zaraide Responde:
Prezado Consulente Renato Langoni. Primeiro de tudo, prefiro ser chamada de Zaraide. Zazá me parece muito íntimo e nenhum dos meus diversos maridos teve a petulância de me chamar assim (só Claudão me chamava assim, que saudades...), Ainda mais você, meu caro consulente. Mas, voltando à sua consulta, as cidades que crescem de maneira rápida no interior, sofre do mal do "quem nunca comeu melado, quando come se lambuza". Da mesma forma que simples pobres jogadores de várzea são descobertos e passam a ganhar milhões de dólares da noite para o dia, estas cidades acabam metendo os pés pelas mãos. Sua pacata cidade certamente passará por duras provações pois estes royalties podem acabar e transformar no que hoje é uma enorme cidade dormitório em uma cidade pobre, de coronéis rotos, com enorme êxodo de seus moradores para outros lugares.Isto porque, uma cidade sem personalidade ou vocação acaba se descaracterizando completamente. E o pior, nem moderna nem pitoresca, poderá se transformar num caos de violência, descontrole da ocupaçao urbana e desigualdade social. Solução para isso tudo? Zaraide responde: Volta prá Teresópolis!!!!!! Anavam Anarriê prá você!!!!
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